| Quartetos Carlos Gomes e Bosísio na programação carioca
Obras de Beethoven, Schubert, Schumann e Alberto Nepomuceno fazem parte do revival da clássica formação de cordas para música de câmera. Dois concertos acontecem na Sala Cecilia Meireles dias 17 e 19/11
Neste fim de ano, os quartetos de cordas passam por um revival na agenda de clássicos do Rio. Ao largo das efemérides, vários concertos e uma gravação trazem de volta a clássica formação de dois violinos, viola e cello (ou baixo) em obras de Beethoven, Schubert, Schumann, Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno.
As origens do quarteto de cordas têm versões disputadas pelos musicólogos. O prestigioso dicionário de música Grove cita o músico italiano Scarlatti como um dos primeiros compositores a explorarem essa formação nas primeiras décadas do século XVIII.
Outros estudiosos apontam raízes mais antigas em obras de compositores austríacos e alemães de cem anos antes. Mas é consenso que o músico austríaco Joseph Haydn (1732-1809) é o pai do quarteto de cordas, com 68 composições.
A formação ganhou popularidade com peças de Mozart, Beethoven e Schubert. Seduziu também compositores da virada do século XX como Bartók, Debussy, Ravel e o brasileiríssimo Nepomuceno. Ainda hoje, continua sendo uma das prediletas do público da música de câmara.
A temporada de concertos de câmera de novembro conta com a apresentação nos dias 17, 21 e 24, de seis quartetos de cordas de Beethoven, Opus 18, pelo Bosísio, formação que marca presença na cena carioca desde os anos 80 e foi responsável por gravações antológicas como a do Quarteto n.o 4, de Villa-Lobos.
Ainda no Rio, nos dias 18 e 19, podem ser ouvidos três Quartetos de Cordas de Schubert, três de Schumann e três de Alberto Nepomuceno, compostos quando ele aperfeiçoava seus conhecimentos de música na Europa, e executados pelo Quarteto Carlos Gomes, que acaba de lançar um CD com a três peças do brasileiro.
Nas obras, o jovem compositor mostra as influências da tradição musical da Europa e dá escassas pistas do nacionalismo que veio a caracterizar parte de sua obra posterior.
Mesmo sem o toque nacionalista, mas flertando com o vanguardismo europeu, os quartetos de Nepomuceno mostram o talento do jovem músico cuja obra, segundo estudiosos, figurava pari passu com o que se fazia de melhor na Europa do fim do século XIX.
Talvez pela idade do compositor na época da composição – apenas 25 anos -, o Quarteto de Cordas n.1 é considerado por alguns especialistas de sua obras o melhor dos três.
Veja na agenda a programação dos quartetos de cordas de novembro.